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20
Dec
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It’s the end of the world as we know it

por Gabi

Acho que vocês notaram que esse blog anda meio parado, né? Pois é. Como amanhã o mundo acaba, eu acho que nem faz sentido

Eu vou dar um tempinho aqui. Um dia eu volto. Agora, agorinha, acho que não quero escrever muito, porque não cabe direito contar nada por aqui. Mas quando couber, eu volto. Prometo.

Quem quiser acompanhar um pouco, tem o Twitter e o Facebook. Por lá eu falo umas asneiras e digo uns absurdos pra quem quiser ler.

E pra deixar o blog em uma notinha mais alegre, fiquem aqui com a minha playlist pro fim do mundo. Amanhã, quando começarem a cair os meteoros, a gente ouve música boa e fica menos desesperado.

Beijo pra vocês, gente bonita.

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31
Oct
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12 #dietafacts

por Gabi

Quatro meses fazendo um regime sério e dedicado. 120 dias de sofrimento. 2880 horas de vontade de comer batata frita. 172.800 minutos com a consciência hedionda de que meu futuro reserva apenas salada e grelhados. E ainda assim, estou viva. Kind of.

Ao longo desse tempo que parece ter durado mais que a última era glacial, pude observar diversos eventos e situações que provavelmente poderiam ser engraçadas se eu não estivesse o tempo todo tendo visões de cupcakes voadores e costelinhas dançarinas. Por isso vamos a um lindo e desesperadíssimo #DIETAFACTS

1. Todo mundo é muito bem educado, por isso que todo mundo te oferece comida. Não tem um filho da puta capaz de abrir um chocolate e comer sozinho na sua frente, todo mundo oferece e insiste “ain, quer? não, sério, come um pedaço? Só uma mordidinha, vai?” e eu tenho que dizer não, obrigada, não obrigadaNÃO OBRIGADA, NÃO QUERO ENFIA ESSE CHOCOLATE NA SUA BOCA LOGO ANTES QUE EU ENFIE ELE NO SEU CEREBELO SEU MALDITO

2. Você faz a dieta super direitinho, aí tem o direito de comer um singelo pedacinho de chocolate e ouve a voz de uma moça (magra, claro) atrás de você, dizendo “ain, tá fazendo dieta e comendo chocolate, assim não vai emagrecer rsrsrsrsrsrs” a vontade é responder ENTÃO POR QUE VOCÊ NÃO MORRE, GATA?  mas você diz “um pedacinho eu posso”  e sorri educadamente

3. Seu prato consiste de uma tonelada de folhas variadas, tomate, cenoura, pepino, palmito, beringela, ervilha, linhaça e grão de bico, e uma porção bem pequena de  arroz integral e frango grelhado. Alguém olha e diz “menina, precisa comer direito, se alimentar, cadê o arroz feijão nesse prato?”

4. As suas calças começam a cair, o que é bom, mas sua bunda começa a aparecer quando você senta, o que não é bom, especialmente numa reunião com o cliente.

5. Você separa dinheiro e compra calças novas, sem saber bem o momento: esperar emagrecer tudo? mas aí vai ter que andar de bunda de fora? um cinto resolveria? Saias seriam uma solução elegante?

6. Questões filosóficas como “hoje como salmão ou frango grelhados?” e “um pedaço de pizza de escarola ou abobrinha?” e “serei uma má pessoa se sentir vontade de matar a galera da mesa ao lado comendo batata frita?”  passam por sua cabeça o tempo todo.

7. Você só fala de dieta. Você ri falando da dieta, chora falando da dieta, fica na fila do banco falando da dieta, sonha com a bosta da dieta. Sua vida é uma grande tabela nutricional e você é apenas um pontinho navegando entre carboidratos complexos, proteínas e gorduras, essas vilãs.

8. Você tem uma crise de choro no provador da C&A ao entrar numa calça 2 números menor do que quando começou a dieta.

9. Você vai pra academia 4 vezes por semana rangendo os dentes. Você planeja atentados terroristas focados no leg press. Você imagina com prazer o som que uma marreta faria contra o aparelho de triceps. Você sente calafrios ao pensar na dupla de arquiinimigos Adutor e Abdutor.

10. Você não sorri na academia. Não dá bom dia. Você vai malvestida e descabelada, porque por deus, o sofrimento todo basta, ter que se vestir bem e ser simpática fazendo isso seria considerado crime hediondo.

11. Sua endocrinologista te abraça a cada retorno mensal, te dá parabens por cada quilo perdido e só falta chamar cheerleaders ao tirar suas medidas.

12. Esse é o número de quilos que você perdeu até agora. E é só o começo, porque você é uma filha da puta teimosa que enfiou na cabeça que vai emagrecer até voltar a ser a gordinha ajeitada e feliz que sempre foi, e não a gorducha infeliz que virou um dia.

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08
Oct
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Comprando e ajudando <3

por Gabi

Com o lance de emagrecer, comecei a ter que comprar roupas porque as minhas estão ficando meio grandes. As calças jeans já caíram 2 números (UHU! VIVA! ALELUIA) e as camisetas começam a ficar meio soltas demais. A parte boa, obviamente, é ESTOU EMAGRECENDO, SHORA RECALCADAS! Já a parte chata é ter que gastar dinheiro. Tô tentando comprar pouca coisa, porque pretendo emagrecer mais, e investir em coisas que eu possa continuar usando mesmo depois de perder peso. Aí gasto menos, porque não tá sobrando grana aqui não.

Esses dias conheci a GreenTee, que tem uma proposta maravilhosamente simples: As camisetas, que são lindas, vêm numeradas. Ao comprar uma camiseta no site, uma “irmã gêmea”dela é doada, novinha, pra uma criança que precisa. Simples assim. Compra uma, doa uma. No site tem a listinha de quais instituições são beneficiadas, caso você esteja se perguntando.

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As camisetas são feitas com malha de PET reciclado, ou algodão orgânico, pigmentos à base de água… tudo pensado pra ser o mais amigável possível pro meio ambiente.

Os preços são bem decentes: cada camiseta sai por R$58, mais frete. Mais barato que no shopping – e essa você tem certeza que não foi feita por mão-de-obra escrava no Camboja, sabe?

Ainda por cima, as estampas são umas fofuras, criadas por artistas legais. Eu amei essa do Escamado, parece coisa do Onde Vivem os Monstros, que eu amo de paixão. :~~~~

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Em suma: uma loja com tudo de bom, tocada por um pessoal bem a fim de fazer a diferença. Um lugar onde você pode comprar uma roupa bonita e ajudar alguém que tá precisando.

A loja fica aqui: Greentee.me
Tem fanpage também: GreenteeBr
E se você quiser ajudar colocando um banner no seu blog ou site, é só mandar email que eu passo o código. spacer

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02
Oct
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E você, comete crime?

por Gabi

Saiu o lineup do Lollapalooza 2013: bandas incríveis que eu tô muito, mas muito a fim de ver. E saiu também o preço: R$900 pelos 3 dias de show, na pré-venda para cadastrados no site. Ano passado, custou R$500 por dois dias na pré-venda, e depois R$300 por dia. Valores parecidos. Não é nem um pouco barato. R$900 é a renda mensal de muita gente no Brasil. É um salário minimo e meio. É uma grana que paga bastante coisa, e que a gente não deve gastar levianamente. Eu não tenho essa grana agora e pra poder ir, vai ser meio complicado.

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Me lamentei disso pelas redes sociais da vida e recebi como sugestão de várias pessoas: “Compre meia, faça uma carteira de estudante”. O problema é que me formei na faculdade em 1999. Eu não sou estudante há mais de 10 anos. Por quê eu deveria fazer uma carteira falsa? Simples: porque o preço de shows no Brasil inflacionou muito desde a lei que obriga a venda de meia entrada para estudantes. Não que a culpa seja da lei. A lei quer facilitar aos estudantes o acesso a shows, teatro, museus e outros eventos culturais. E por mais que os organizadores sejam empresas que visam lucro, eles não são os vilões da história aqui. A culpa não é deles, também.

A culpa é sua.

Você que falsifica carteira de estudante está errado, muito errado. E não adianta argumentar: é crime. Entendem? CRIME. E você precisa entender que quando faz isso, está estimulando um círculo vicioso de corrupção. Assim como o deputado corrupto, os envolvidos no Mensalão, o guarda que aceita uma grana pra liberar o bandido. Tudo isso é errado, tudo isso é corrupção, tudo isso é contra a lei. Olha o que está no código penal brasileiro:

Artigo 299 do Código Penal – Decreto-lei 2848/40

Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Parágrafo único – Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.

Artigo 304 do Código Penal – Decreto-lei 2848/40
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302

Acho que fica bem claro que falsificar um documento é crime – e a pena é de até 5 anos de cadeia.  E fazer isso como se fosse a coisa mais natural do mundo, como se você fosse o esperto que paga meia e eu a trouxa que paga inteira é absolutamente errado. Li num comentário no Facebook, no Brasil não tem mais entrada e meia entrada, existe a entrada e a entrada em dobro.

Aí quando o Fantástico mostra reportagem sobre hospital público recebendo dinheiro de empresa de suprimento médico, você fica indignado e diz que “é por isso que o país não vai pra frente”. Não, cara. O país não vai pra frente porque tá cheio de gente aqui que acha normal falsificar carteirinha, subornar o guarda ou pagar uma propina pra liberar o alvará do seu negócio.

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Ano passado, 87% das entradas vendidas para o Lollapalooza foram meia entrada. Você sinceramente acha que 87% das pessoas que estavam lá eram estudantes? E você? Como vai comprar seu ingresso? Vai juntar grana, vai parcelar no cartão? Vai deixar de ir se não puder pagar? Ou vai falsificar um documento e cometer um crime?

A escolha é sua. Só sei que eu vou pagar caro – e não é por ser trouxa.

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Vim aqui fazer um adendo: deixo claro que os organizadores podem ajudar a impedir essa prática. Tem o exemplo do Circo Voador, no RJ, que concede meia a todos que levarem um quilo de alimento não-perecível. Tem a possibilidade de fiscalizar melhor as carteirinhas seja na venda ou na entrada. Mas insisto em dizer que a culpa é tanto deles como sua. Dizer que o show está caro é fácil. Deixar de ir ao show ou aceitar que você pode ser preso ao usar carteirinha falsa é que é difícil.

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25
Aug
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O homem na Lua

por Gabi

Muito clichê lembrar dessa música ao saber da morte do Neil Armstrong?

O primeiro homem na lua, imagina? Pensa só ser o cara que saiu da Terra num foguete, o que por si só já é uma coisa meio maluca, daí viajou por dias, pousou na Lua, desceu da cápsula e puft, botou o pezinho no chão, dando aquele tal passo pequeno pra um homem que era um salto gigantesco pra humanidade.

Não sei bem o que fomos fazer na Lua. Dar uma olhadinha e ver que não tinha alienígenas por lá? Nos certificarmos de que ela não era feita de queijo? Procurar o dragão? Não sei o que obtivemos de fato, mas estivemos lá e isso importa, mesmo meu avô tendo acreditado até a morte que aquilo era truque de Hollywood.

Ao voltar pra casa, Neil declinou de ofertas pra ser político, pra apresentar programas de televisão. Preferiu ser professor, e sempre fez doações financeiras para instituições de ensino. Ele parou de dar autógrafos depois de saber que as pessoas vendiam esses autógrafos por valores absurdos. Aparentemente, ele era um cara legal.

Neil Armstrong realizou o sonho de toda criança que olha fascinada pro céu e tenta contar as estrelas: ele foi de foguete até a lua e deu uma voltinha nela. E pela cara de bobo dele nessa foto tirada logo depois do passeio lunar, dá pra ver que ele estava bem feliz – vai ver, ele era um desses moleques que sonhava com a estratosfera.

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A família dele publicou uma nota, dizendo o seguinte:

 ”Honor his example of service, accomplishment and modesty, and the next time you walk outside on a clear night and see the moon smiling down at you, think of Neil Armstrong and give him a wink.”

Numa tradução bem porquinha, é isso: ” Honre o exemplo de servitude, realização e modéstia, e da próxima vez que você andar numa noite clara e ver a lua sorrindo pra você, pense em Neil Arsmtrong e dê uma piscadinha.”

Tenho certeza que ele deve ter voltado pra lá, pra Lua e pro céu que ele amava. Boa viagem, Neil, e pouse em segurança.

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04
Jul
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Não é tão ruim

por Gabi

Você pode achar que as coisas vão dar errado e que a vida é uma porcaria, e que tudo de ruim acontece com você. Você pode fazer mil planos e depois ter que desistir deles, ou refazê-los, ou repensar e replanejar. Você pode achar que a vida está contra você e que tudo, mas tudo mesmo que você bota a mão dá errado, e que não é justo, e que você queria que as coisas fosse diferentes e queria mudar tudo e não sabe nem muito bem o que mudar, ou como mudar.

Mas aí você também pode ver um vídeo com um gatinho que nasceu sem as patas traseiras, e que está brincando como se não houvesse amanhã – e não podia se importar menos com a ausencia das suas patas traseiras.

E aí você pode achar que talvez, TALVEZ, a vida não seja tão ruim.

Esse post é pra mim, pra você e pras amigas que hoje precisam muito desse recado. Vai ficar tudo bem, meninas.

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12
Jun
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A felicidade não diminui por ser dividida

por Gabi

Eu já namorei muito nessa vida. Eu gosto de namorar. Na verdade, eu sou o tipo de pessoa que não gosta de estar sozinha de maneira geral, não só no aspecto de namoro: ter amigos por perto é importante pra caramba. Eu gosto de morar perto da familia, de cuidar dos amigos doentes, de poder ligar pra alguem quando quero conversar… no período que morei sozinha, chegava em casa e conversava com os gatos porque a sensação de não ter ninguem por perto é horrorosa. Não sei se isso é porque sou filha única, mas a idéia de ficar só me assusta demais. O que não significa que eu namore com qualquer um só pra não ficar sozinha, pelamordedeus. Acho que eu só me permito gostar das pessoas mesmo depois de quebrar a cara, levar pé na bunda, perder amigos por bobagem, essas coisas. Eu deixo a porta aberta porque acho que no mundo lá fora tem um monte de gente legal que pode estar por perto.

Mas voltando: eu adoro namorar. E gosto de namorar sério, de acordar junto, ir ao cinema de mão dada, abraçar na rua, essas coisas. Acho que por isso que mesmo depois de casar eu ainda namoro bastante, só que sempre com o mesmo cara. A gente almoça junto na mesa no fim de semana, vamos ao cinema, saímos pra jantar, trocamos presentes de dia dos namorados. Por exemplo, esse ano ele ganhou uma camisa quentinha e fofinha, de flanela, e uma mochila nova porque a que ele não tira das costas tava podre. E o meu presente ainda não chegou, mas eu já sei o que é e adorei.

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Clica pra ver grandão porque a ilustração em si é linda, mas a frase é a seguinte:

Milhares de velas podem ser acesas a partir de uma única vela, e a vida dessa vela não será reduzida. A felicidade nunca diminui por ser compartilhada. 

É um quadro grande com essa ilustração, e com essa frase que eu acho tão linda. Porque namorar, casar ou ter amigos é isso: dividir a felicidade. Estar perto das pessoas tem a ver com amá-las de alguma maneira, e amar é ser feliz. Então aproveitem o dia de hoje e amem alguém. Vai ser legal pra todo mundo.

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06
Jun
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Que mulher ainda precisa de ajuda?

por Gabi

Cada vez que eu falo sobre um movimento feminista como a Marcha das Vadias ou a Lei Maria da Penha tem alguém pra me dizer que a mulher moderna não precisa de mais marchas, que atualmente a vida é super tranquila pra gente, que mulher é respeitada e tem direitos iguais e etc etc etc. Eu costumo pensar que sim, andamos um pedaço pra frente e que hoje a nossa vida é melhor do que há 50 anos, mas que tem um bom caminho a ser percorrido ainda.

Essa semana, soube de três relatos que fazem com que eu queira cada vez mais lutar pela gente. Com a autorização das envolvidas, seguem trechos:

“sofri sete anos de extrema violência doméstica. Fui humilhada sexualmente, apanhei muito (inclusive grávida de oito meses, com minha filha de dois anos no colo). Demorei muito pra me libertar – durante um ano elaborei minha “fuga”, fazendo contas para saber como sustentaria a mim e às meninas, (…) e até mesmo estocando comida e
guardando dinheiro dentro de livros.

Pensem no desespero de ficar um ano juntando um pouco de dinheiro pra poder sair de um lugar onde você apanha, onde sofre violência sexual. Pense em estar com uma filha no colo e outra na barriga enorme e apanhar com socos.

“Dei queixa quando ele me deu um soco no rosto na rua, na frente do prédio dos meus pais. E mesmo com o queixo roxo, mesmo com arranhões nas pernas, mesmo o boletim de ocorrência e o exame de corpo de delito terem sido finalizados uma hora e meia depois do ataque, o caso foi arquivado porque era a minha palavra contra a dele. Não havia testemunhas e ele argumentou que eu mesma me soquei no rosto.”

Pense em levar um soco no meio da rua, ir pra delegacia e depois ter que voltar pra casa com o cara que te bateu porque ninguém acreditou em você.

“Eu sentia muita vergonha. Como se a culpa fosse minha. Foram anos até eu me dar conta que a vergonha é dele. Mas ele não sente vergonha. Nenhum deles sente. Várias amigas com quem conversei já me relataram que, em alguma altura da vida, foram agredidas física e psicologicamente.”

Pense em quantas amigas suas passam por isso. Em colegas de trabalho, em primas, vizinhas e irmãs. Pense na mulher ao seu lado no ônibus. Pense que elas podem achar que a culpa é delas e que o cara não tem culpa. Pense na vergonha dessas mulheres.

“E aí você sente uma vergonha gigantesca porque ele é tão charmoso, tão legal, tão adorado pelos amigos… Meu ex (…) é extremamente popular, é a alma da festa. Quando nos divorciamos, fiquei absolutamente sozinha. E começa então a achar que a errada é você. Só pode ser. Porque assim, ele é especial! E você está sozinha. Sem dinheiro, quase sem amigos, com crianças que não podem ser “traumatizadas” (e sobrou pra mim explicar à minha filha mais velha as lembranças que ela finalmente botou pra fora, do pai me esganando no chão da cozinha) e com toda a vida por reconstruir.”

Pense na coragem de reconstruir a vida. Pense em abandonar tudo que você tem, em recomeçar do zero, mudar de cidade, ter que levar seus filhos sem saber como explicar pra eles que o pai delas apertou o seu pescoço no chão da cozinha. Pense no medo, na dor, no terror vivido.

Agora pense que essa mulher é você.

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Agora me diga se você acha que não precisa lutar por mais nada. Aqui tem uma lista de Centros de Referência e Atendimento à Mulher. Esses locais prestam acolhida, acompanhamento psicológico e social, e orientação jurídica às mulheres em situação de violência. Se você é vítima de violência, procure ajuda. Não tenha vergonha, nem medo, nem se sinta culpada. A culpa não é sua. Você não pediu por isso, mesmo se sua roupa for curta, ou se seu marido é um cara legal na maior parte do tempo, a culpa não é sua e você não está sozinha.

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30
May
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Eu sou o que eu quiser

por Gabi

Tô tentando escrever esse post desde sábado e ele não sai de jeito nenhum. Não consegui botar nas palavras o que foi participar da Marcha. Não sei quantas pessoas estavam lá, mas eu achei que tinha bastante. Tinha mulheres e homens, de todo tipo, de toda cor, de cabelo curto, comprido, umas sem blusa, outras completamente vestidas, todo mundo cheio de cartazes.

Pra mim, foi bonito. Porque feminismo pra mim não é querer ser melhor que os homens ou igual aos homens, mas sim ser o que eu quiser. Se quiser ser mocinha que faz a unha, eu posso. Se eu quiser não depilar a perna, eu também posso. Porque a unha é minha, a perna é minha, e eu sou a dona desse corpo que é só meu e faço o que eu quiser co ele. Pinto, depilo, uso roupa colorida ou escura, eu escolho.

Foi bonito descer a Augusta e ver uma senhora empolgadíssima dentro de um ônibus batendo palmas pra gente e dizendo “É isso aí!”  com um sorrisão na cara. Foi bonito ver esse vídeo com os textos lidos ao megafone lembrando de Eloá, Maria da Penha e tantas outras que sofreram e morreram por conta do machismo. Foi bonito ver um monte de homens participando da caminhada, alguns acompanhando suas mulheres e outros apenas participando. Foi bonito ver essa foto que pra mim sintetiza o que é o feminismo:

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foto da Cecilia Santos

É isso aí, garotinha. Você vai crescer e pode ser o que quiser. spacer

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09
Apr

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