• O Golpe (número 1)
28/02/13

Contra a recomposiçom do autonomismo

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Periodicamente, o autonomismo sofre derrotas. Isso agrada-nos, mas nom nos chega. Pretendemos que a sua derrota seja definitiva. Sem remédio. Que nunca mais o espectro de um nacionalismo hispano-dependente venha planar no espírito daqueles que se sabem inadequados ao funcionamento espanhol. O autonomismo –e isto é admitido polos movimentos todos hoje em dia, mas recordaremo-lo ainda depois de amanhá?– faz parte integrante dos dispositivos de neutralizaçom próprios da sociedade espanhola. É um "dique de contençom", como confessava, ufano, X. M. Beiras. Quanto mais se agudiza a explosom do social, mais o autonomismo invoca a «sociedade civil». Quanto mais a polícia exerce imponentemente o seu arbítrio, mais ele se declara pacifista. Quanto mais o Estado se liberta das últimas formalidades jurídicas, mais ele se torna "cidadao". Quanto mais cresce a urgência de nos apropriarmos dos meios da nossa existência, mais o autonomismo nos exorta a esperar, a reclamar a mediaçom, se nom mesmo a proteçom, dos nossos senhores. É ele que nos incentiva hoje em dia, perante governos que se colocam abertamente no terreno da guerra social, a redigir as nossas queixas, a formular reivindicaçons, a estudar economia política. De Francisco Rodríguez a Camilo Nogueira ou Manuel Mera, o autonomismo nunca foi mais do que isto: o partido dos cidadaos galego-espanhóis, do respeito à lei imperial, do temor à desorde. Hoje em dia, este programa coincide com o programa da espanholizaçom integral. O de manter de pé as ilusons que nos paralisam, quando Espanha mesma deixou de as respeitar exceto para nos manter encadeados. A vocaçom do autonomismo é portanto a de expor o sonho para cuja realizaçom só Espanha dispom dos meios: o sonho do "poder autonómico" que "defende os setores produtivos" e o "estado do benestar". Ele constitui a faceta idealista da modernizaçom espanhola, a válvula necessária à insuportável marcha da desintegraçom da Galiza.

Desfazer o autonomismo, ou seja, manter constantemente aberto o canal do descontentamento social, nom é apenas necessário mas, hoje em dia, possível. Somos testemunhas, precisamente quando se reforçam a um ritmo acelerado as estruturas espanholas, da passagem do velho autonomismo ativista a um novo autonomismo, audiovisual, politiqueiro, eleitoral, do qual podemos afirmar que algum independentismo faz parte plenamente. Este novo autonomismo está ainda mal informado acerca da recente defunçom do espaço institucional e representativo como campo de jogo de nada que tenha umha mínima releváncia. Os logros que ele avança passam ainda por serem tais, mas é fruto de umha inércia da olhada. Aí nom há nada.

A nossa tarefa é arruinar o nacionalismo hispano-dependente por todo o lado onde ele se manifestar, sabotar metodicamente, ou seja tanto em teoria como na prática, cada um dos seus possíveis momentos de constituiçom.

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(Fragmento do texto "Nós já começamos", paráfrase do livro anónimo francês "Apel". O texto galego publicou-se no primeiro número da revista O Golpe, de julho de 2012).

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